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Instituto de Terras do Piauí - INTERPI
INTERPI cede área para construção da CASAI e Museu do Índio
19/04/2006 - 00:15:49  
  
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Indios participam de solenidade
Durante as comemorações em homenagem ao Dia Nacional do Índio, que aconteceu hoje (19) no Museu do Piauí, no centro de Teresina, o INTERPI – Instituto de Terras do Piauí marcou a data com a assinatura de um Contrato de Servidão Pública, com o qual autorizou a FUNASA – Fundação Nacional de Saúde, a partir desta data, a captar recursos para construção da nova CASAI - Casa de Saúde do Índio e Memorial do Índio.

A assinatura do documento aconteceu no horário da manha e contou com a participação de diversas autoridades e 45 índios vindos da Associação Itacoatiara do município de Piripiri e outros representantes da cidade de Barra-do-Corda (MA).

De acordo com o Memorial Descritivo, o imóvel cedido fica localizado numa área de 6,318 mts2 de terra de propriedade do Governo do Estado, localizado entre a Vila Mandacaru, bairro São João, zona leste de Teresina e o dique de proteção do Rio Poty. “Atualmente, Teresina recebe grande quantidade de índios de várias partes do nosso Estado e de outros como Maranhão e Tocantins, que vêm principalmente em busca de tratamento de saúde. Com a doação desta área, temos certeza que vamos estar contribuindo para melhorar o conforto no atendimento desta população”, assinalou Francisco Guedes, diretor Geral do INTERPI.

O Superintendente da FUNASA, Severo Eulálio, disse que a CASAI funciona atualmente em uma casa alugada na zona norte de Teresina, que só tem capacidade para 30 hospedes, mas abriga precariamente neste momento 51 índios. Segundo ele, os casos de doenças mais freqüentes são pneumonia, problemas neurológicos, fraturas e até AIDS. “Vamos solicitar imediatamente a vinda de arquitetos da FUNASA/NACIONAL para fazer o projeto técnico da obra, que deve ter cerca de 400 mts2. Além de uma boa área para alojamento, que de preferência tenha amplas varandas, pois os índios gostam de dormir em redes ao ar livre, vamos construir uma área para administração, com enfermaria e local para as nutricionistas, além de uma farmácia”, disse Eulálio.

Guajajara gostou da iniciativa

O índio Alfonso Pereira da Silva, da nação Guajajara (que tem mais de 870 famílias e fica localizada em Barra-do-Corda/MA) disse que esta é a segunda vez que ele veio a Teresina. Segundo ele, veio tratar uma filha, que foi acometida por turberculose. “Na primeira vez, trouxe um filho com pneumonia. Lá em Barra-do-Corda não teve jeito”, conta Alfonso.

Ele disse que “graças-a-Deus” que vai ter um espaço maior para atendimento ao índio. Mesmo elogiando o atendimento que é feito atualmente ao índio e a proposta de criação do Memorial do Índio, ele tem maior expectativa pela nova área de atendimento medico. “O museu é um grande melhoramento, mas a assistência a saúde é mais importante”, disse o índio.

 

Governador quer criar assentamento para índios de Piripiri

A comemoração do Dia do Índio contou com participação do governador Wellington Dias. Na oportunidade, ele disse que o Governo do Estado, atendendo ás reivindicações dos representantes indígenas Itacoatiara, de Piripiri, vai envidar todos os esforços para regularizar a situação das famílias dos índios, além de ver a possibilidade da criação de assentamentos rurais de indígenas pelo sistema de Crédito Fundiário, que garante a compra da terra, moradia, energia elétrica, abastecimento d’agua, projeto produtivo, dentre outras benfeitorias.  

Durante o discurso, ele contou um pouco da historia de vida da família dele, na qual um dos seus ancestrais teria se casado com uma índia, e disse que sentia um natural orgulho em ser saudado como índio, desde criança. “O IBGE divulgou dados dando conta que cerca de 2600 pessoas se confessaram descendentes de índio, atualmente. Parece que o pessoal está tendo coragem de se assumir”, disse o governador.

Sobre o Memorial do Índio, Wellington Dias disse que a idéia dele é de que seja criada uma base de dados na capital, mas que, através de ações articuladas, seja possível ter mecanismos para buscar as possíveis identificações. “O martírio dos índios foi maior que o dos negros. Nós sambemos que viveram no Piauí 49 nações, que foram dizimadas. O meu apelo é para que cada região tenha um mínimo de memória destas nações, para que as nações futuras tenham a historia contada com um mínimo de verdade. Não podemos deixar que seja contado que no Piauí não tinha índio”, clamou o governador.

19/04/06

Instituto de Terras do Piauí