O instituto de Terras do Piauí (Interpi) realizou, na última sexta-feira, na Escola Fazendária, uma Oficina de Planejamento Estratégico (OPE) que foi mediada pelo professor Geraldo Accioly, com a participação dos diretores, coordenadoras e técnicos da instituição. Durante todo o dia, foi feito o planejamento das ações que serão realizadas pelo órgão no decorrer de 2016, incluindo a recuperação da memória do instituto, o programa de regularização fundiária, a entrega de mais de 1.600 títulos definitivos de terras a pequenos agricultores no primeiro semestre, contratação das empresas que vão georreferenciar todo o Estado do Piauí, ampliação das equipes de campo, contrato com o Banco Mundial, mudança de sede e ampliação das parcerias.
Geraldo Accioly, que é sociólogo e especialista em Planejamento Estratégico, disse que durante a oficina percebeu que a equipe de gestão do órgão é muito afinada e com disposição para enfrentar todos os desafios. Segundo ele, a reunião foi muito importante pelo fato do Instituto de Terras ser uma das prioridades do Governo do Estado; e também para que houvesse a socialização sobre a situação e o trabalho realizado por cada diretoria.
Geraldo explicou que o Instituto tem muitos desafios pela frente, entre eles, o de recuperar a memória do órgão e implantar um projeto de modernização. "O atual Secretário de Regularização Fundiária e diretor geral do Interpi, José Osmar, recebeu o instituto sucateado, sem qualquer tipo de investimentos em informática, por exemplo, sem banco de dados e com processos armazenados de forma inadequada. É uma situação que exige todo um trabalho de recuperação de toda a memória do Interpi. Por isso, o instituto precisa focar nos principais objetivos e metas estratégicas para 2016", falou Geraldo.
O Secretário Estadual de Regularização Fundiária, José Osmar Alves, explicou que a oficina foi muito importante por ter reunido toda a equipe de diretores, coordenadoras e técnicos do órgão através da mediação de um especialista em Planejamento Estratégico em torno dos desafios e metas a serem cumpridas. Ele afirmou que o planejamento é uma ferramenta muito importante para que o Interpi consiga recuperar a credibilidade junto à sociedade piauiense. "O órgão já melhorou bastante porque está conseguindo dar as respostas para muitas questões, mas precisa melhor muito mais", acrescentou.
José Osmar informou o órgão vai ampliar as equipes técnicas, de duas para 12, entregar 2 mil títulos de terras a pequenos agricultores em convênio com o Banco Mundial e planeja regularizar 800 propriedades de grandes e médios produtores e cinco comunidades quilombolas já mapeadas que estão em terras do Estado. Para isso, serão investidos R$ 85 milhões.
“Este é um compromisso para 2016, mas queremos fazer mais. Pelo convênio com o Banco Mundial, serão entregues 6.000 títulos definitivos a pequenos agricultores. Deste total, já temos preparados quase 1.600 títulos definitivos que vão ser entregues em breve. Já, em fevereiro deveremos estar cumprindo a meta de 2016 com o Banco Mundial. Estou otimista que vamos ultrapassar a meta. Com o Estado temos um compromisso de entregar títulos definitivos a 11 mil famílias em 4 anos. Em 2016, vamos adquirir 6 camionetas para trabalho de campo, 10 motos, quatro carros pequenos, vamos mudar o Interpi para uma sede mais adequada, vamos redimensionar o quadro de servidores e no segundo semestre, vamos propor um Plano de Cargos Carreira e Salários depois que a gente enxugar bem a folha”, falou o secretário José Osmar.
Ele explicou que o novo Programa de Regularização Fundiária do Piauí foi instituído como uma política de Estado e não de governo, o que garante a sua continuidade independente de quem seja o próximo governador. “O programa foi institucionalizado para os próximos quatros anos, ultrapassando o mandato do governador Wellington Dias”, falou José Osmar. Ele disse que está sendo concluído um levantamento de todos os processos que estão tramitando no Interpi e acrescentou que o órgão está sendo planejado para ser um dos melhores órgãos do Estado, um dos mais eficientes e um dos mais confiáveis. “Com isso, as pessoas irão ao Interpi e saberão que o direito que elas têm, elas receberão de acordo com a lei”, observou.
José Osmar disse que uma das mais importantes qualidades da atual gestão do Interpi é o diálogo com os diversos segmentos com ligações à questão agrária, como a Vara Agrária, Corregedoria de Justiça na pessoa do desembargador Sebastião Ribeiro Martins, com o juiz corregedor, por meio do juiz José Airton, com a Fetag-PI, com a Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja) e com a Assembleia Legislativa. “Está todo mundo irmanado com o mesmo objetivo, então é muito provável que dê certo. Não tem ninguém conspirando contra. Este foi também o grande resultado do trabalho de 2015. Então, em 2016 esperamos os resultados disso”, concluiu José Osmar.