APROVADO O PROJETO DE LEI QUE TRATA DA REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DO PIAUÍ
02/09/2015 - 15:30
José Osmar Alves acompanhou a votação do projeto de lei
O projeto de lei que trata sobre a
regularização fundiária das terras do Piauí foi aprovado nesta
quarta-feira na Assembleia Legislativa com algumas emendas propostas por
deputados estaduais, mas que não alteram a essência jurídica da lei. O
Secretário de Regularização Fundiária do Piauí (Interpi), José Osmar
Alves, que acompanhou a votação da proposta no Poder Legislativo, avaliou como muito positivo o
trabalho do governo e dos parlamentares que culminou com a aprovação do projeto que, segundo
ele, inova e traz muitas vantagens para os agricultores familiares e
para toda a sociedade piauiense.
José Osmar explicou que a lei
garante segurança jurídica aos grandes investidores e produtores rurais
do estado, além de trazer uma série de vantagens para os agricultores
familiares, apesar de não ser uma lei que vise estabelecer uma política
agrícola para o estado.
"O projeto de lei prevê a regularização
de todos os assentamentos do estado e garante terra para as pessoas que
ainda não estão assentadas. O projeto prevê ainda a celebração de
convênio entre o Interpi, a Corregedoria de Justiça e a entidade dos
cartórios para que haja a isenção dos custos ou que os preços sejam
módicos para o primeiro registro dos imóveis dos agricultores
familiares”, comenta José Osmar.
O secretário explicou que anualmente o governador destinará
um percentual das terras arrecadadas para assentamento exclusivo de
agricultores familiares, enfatizando que o Governo do Estado assinará
convênio com o Banco Mundial visando entregar - sem custos para os
beneficiários - os títulos de domínio da terra já devidamente
registrados em cartório. Ele acrescentou que as representações
de classe dos pequenos e grandes produtores poderão designar
observadores para acompanhar os trabalhos de regularização fundiária nos
224 municípios do Piauí.
José Osmar afirmou que o projeto de
lei inova ao criar as comissões administrativas de regularização
fundiária. Essas comissões serão formadas por três profissionais: um
bacharel em direito e dois das áreas técnicas. Segundo ele, as
comissões, que vão atuar em todos os municípios, terão o poder de propor
aos condôminos de cada uma das datas que forem discriminadas uma
solução amigável para eventuais conflitos existentes.
Segundo
José Osmar, o Interpi e o Poder Judiciário, no caso a Vara Agrária,
avaliam que, com esta forma de conduzir o trabalho, serão resolvidos 90%
dos casos de conflitos agrários. "Se isso ocorrer, estaremos muito
satisfeitos, a lei terá atingido seu objetivo. Os 10% restantes deverão
ser resolvidos pelo Judiciário. Da parte do Interpi, posso garantir que
só iremos para a Justiça em último caso; vamos fazer de tudo para
resolver as querelas administrativamente", completa o secretário.
LEI TRAZ INOVAÇÕES NOS PROCESSOS DEMARCATÓRIOS DE TERRAS
O
Secretário de Regularização Fundiária do Piauí (Interpi), José Osmar
Alves, revelou que a lei traz inovações também em relação aos processos
demarcatórios em si, dando-lhes bastante agilidade. Para tanto, serão
contratadas várias empresas especializadas na demarcação de terras, as
quais farão o georreferenciamento de todo o estado. "Já temos o montante
de terras do Estado, que dá pouco mais de 24 milhões de hectares. O
trabalho consumirá uma soma considerável de recursos financeiros, mas o
resultado redundará no saneamento financeiro do Estado. Esta é a
expectativa que o governador e nós do Interpi temos", explicou.
José Osmar frisou que um dos objetivos fundamentais do projeto de lei é
dar celeridade ao processo de regularização fundiária. "Hoje é muito
demorado, porque atualmente só existem duas formas de se fazer a
arrecadação das terras: a arrecadação sumária, que o Interpi fazia
unilateralmente, e que sempre dava margem a questionamentos judiciais, e
a arrecadação judicial, cujos processos se eternizam sem solução, dadas
as dificuldades normais do nosso Judiciário. Com a nova lei,
extinguem-se as arrecadações sumárias e instituem-se as comissões de
arrecadação, com mecanismos e poderes para solucionar
administrativamente os conflitos, deixando para a esfera judicial o
menor número de casos possível”, declarou.
O projeto de lei
parece de fato ser inovador, uma vez que o governo de Santa Cataria já
solicitou ao Instituto uma cópia, visando subsidiar a elaboração de um
projeto próprio para aquele Estado. "Diante do interesse de um outro
Estado em nosso projeto, fico com a esperança de que essa lei seja mesmo
boa com a imaginamos e que possa servir de modelo para o Brasil. Dentro
dos próximos quatro anos queremos resolver ao menos noventa por cento
dos problemas fundiários do Piauí, para que possamos finalmente tirar da
pauta de discussão do Estado o tema ‘regularização fundiária’ e
passemos a discutir outros assuntos relacionados ao campo, como a
produtividade, a melhoria genética, a indústria de transformação",
finalizou José Osmar.