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Instituto de Terras do Piauí - INTERPI
Oeiras comemora títulos de terra da comunidade Soizão
19/12/2006 - 00:09:31  
  
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Entrega de título
A posse do título de terra para as 29 famílias da comunidade Soizão, no
município de Oeiras, foi uma luta que durou mais de 20 anos. No último
sábado (17), num evento que contou com apresentação de atividades culturais
e artísticas, o governador Wellington Dias e o diretor geral do INTERPI –
Instituto de Terras do Piauí, Francisco Guedes, participaram do evento de
entrega dos títulos.

Na oportunidade o governador disse que “a terra pertence agora a cada
família. Com isso, estamos dando as condições para que eles possam buscar
investimentos e investir na produção”, disse Dias. “Os títulos de terra do
Soizão tem um sabor especial, pois esta foi uma luta que começou na década
de 80 e só agora estas famílias estão sendo reconhecidas como cidadãs. O
novo assentamento já está incluído no SIPRA – Sistema de Informação de
Projetos da Reforma Agrária e pode receber benéficos do governo federal como
crédito apoio e habitação. Tudo isso, é fruto da luta e organização destas
famílias”, disse Guedes.

O evento aconteceu no auditório da Paróquia de Oeiras e teve ainda a entrega
de um documento ao governador Wellington Dias. A proposta foi organizada por
várias lideranças daquela micro-região, visando dar uma contribuição à
próxima gestão do governador. “É preciso que o governo estabeleça metas para
cada secretaria em função da eficiência, seja qual for o secretario ou o
partido que venha ocupá-la”, disse o padre João, idealizador do documento.

Na lista de demandas apresentadas, os oeirenses pedem a reabertura do
escritório do INTEPI no município, além de um levantamento completo das
áreas estaduais para fins de reforma agrária nos 16 municípios que fazem
parte daquela região. “Esta é uma moda que deve pegar. A entrega das
reivindicações por regiões ajuda o governo”, disse o deputado eleito Antônio
José Medeiros. “Queremos um Cristo Histórico, aquele que quer que as pessoas
vivam bem”, disse Assis Carvalho, deputado estadual eleito, elogiando o
trabalho capitaneado pela igreja.

A esperança está de volta à comunidade do Soizão

A comunidade Soizão levou este nome devido à barragem construída na década
de 80 para regularização hídrica do riacho Mocha e criação de um projeto de
irrigação, visando a produção de melancia, feijão, milho e arroz. De acordo
com a presidente da Associação dos Pequenos Produtores do Projeto Soizão,
Maria de Fátima Silvestra, o projeto durou 5 anos e depois parou. “Antes da
barragem aqui já tinha gente. Em 1983, o projeto já abastecia os mercados de
Oeiras, Picos, Floriano e ate Teresina. Tinha acompanhamento técnico e
chegava a produzir até 36 mil kg de melancia por hectare”, conta Fátima.

Com o fim da atividade, as famílias ficaram abandonadas. Mas, com a ajuda de
um dos últimos técnicos agrícolas do projeto, mais conhecido como “Chiquin
do Projeto” foi possível aos moradores entrarem na justiça contra o
empresário Elpídio Cavalcante, que se dizia dono das terras. “Dizem que o
Antônio Madeira fez um leilão destas terras, que foram arrematadas pelo
Elpídio. Ele cercou tudo até Floriano. Nós passamos de 7 a 8 anos na
justiça, depois foi descoberto que as terras eram do estado”, conta Fátima.

Fátima conta ainda que na época a comunidade deu entrada numa ação de
Usucapião, que teve o apoio do Advogado José Augusto na formulação do
processo e do Dr Deolindo, que deu o dinheiro para cancelar o processo
judicial. “Quando o Dr Guedes entrou no INTERPI e com a ajuda do Assis
Carvalho e do Bené Nunes o caso foi resolvido. A gente só tem a agradecer a
equipe do INTERPI por terem realizado o sonho da gente”, diz Fátima.

Valeu o trabalho da Procuradoria Geral do INTERPI

“O processo demorou por falta de um juiz. É por isso que queremos agradecer
ao promotor de justiça Carlos Washington e o juiz Noé Pacheco, que se
empenharam bastante na agilidade deste processo. Foi, mais por uma questão
de amizade pessoal ao Marlon Reis, procurador geral do INTERPI, e a mim”,
disse Guedes durante o discurso na solenidade de entrega de títulos.

Ele elogiou a organização dos trabalhadores que tiveram a iniciativa de
criar uma associação para defender seus direitos e disse que o assentamento
Soizão já deu entrada no processo de Crédito Apoio. Na oportunidade, ele
aproveitou para comunicar também que está empenhado nas negociações com a
Caixa Econômica, visando baratear os valores da construção das casas pelo
Crédito Habitação.

O futuro do Soizão

A comunidade Soizão tem uma escola de 1a a 3a Série, telefone público,
energia elétrica, água encanada a partir de 2 poços tubulares com capacidade
de 100 mil litros/hora, além de um galpão comunitário. “Ainda falta
calçamento e o asfaltamento, pelo menos até o aeroporto (que fica próximo).
A gente não tinha acesso ao crédito. Muita gente tinha vontade de se
aposentar e, até mesmo, conseguir auxilio doença, mas não tinha como
comprovar que era trabalhador rural. Agora o pessoal está dizendo que já vai
se inscrever no INSS”, conta Fátima.

“Sonho em comprar uma D20 e ter uma renda mensal de R$ 1.500 reais. Eu quero
melhorar a minha produção de caju e começar uma criação de ovelha e uma
produção de melancia que tenha assistência técnica para o técnico ensinar a
gente a trabalhar”, diz José Domingos, 50 anos, 12 filhos, que mora a 15
anos no Soizão. Ele recebeu o título dos 2,5 hectares de terra que tem.
Domingos diz que tem uma plantação de 440 pés de caju, que foram doados pelo
projeto Compra Direta Local.

Por José Marques de Souza Filho
Assessor de Comunicação do INTERPI
Tel 9426 5663
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www.interpi.pi.gov.br
18/12/06

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